domingo, 5 de julho de 2009

Presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, diz que volta hoje

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, confirmou que viajará hoje) a Tegucigalpa, capital do país, acompanhado de “vários presidentes”, e afirmou que o governo provisório deve devolver a democracia a seu país, segundo declarações feitas à rede Telesur. “Estou organizando meu retorno a Honduras (...). Vamos nos apresentar no aeroporto internacional de Honduras, em Tegucigalpa, com vários presidentes, vários membros de comunidades internacionais (...).
Neste domingo (hoje), estaremos em Tegucigalpa”, declarou Zelaya ao canal de notícias, que tem sede em Caracas. O presidente, deposto por um golpe militar no dia 28 de junho e expulso de seu país, pediu a seus seguidores que o acompanhem “sem armas” e exigiu uma reparação do atual governo, que chamou de “seita criminosa”.
Zelaya, disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, vai estar acompanhado de Insulza e dos presidentes da Argentina e do Equador. A Organização dos Estados Americanos (OEA), que estaca reunida em sessão extraordinária ontem para debater a situação hondurenha, poderia suspender o país por causa da recusa do governo interino em reinstaurar Manuel Zelaya no poder. A reunião acontece em Washington. A crise em Honduras também gerou tensões com outros países da América Central. A Nicarágua pediu à OEA que pressione o país e consiga a libertação de 70 nicaraguenses, presos por supostamente apoiar as manifestações em favor do presidente Zelaya.A Suprema Corte de Honduras tinha rejeitado, na sexta-feira, um apelo de José Miguel Insulza, secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), para restituir ao poder o presidente deposto. Insulza conversou durante duas horas com Jorge Rivera, presidente do tribunal que autorizou o golpe militar que derrubou Zelaya e o levou ao exílio. “Insulza pediu a Honduras que reinstale Zelaya, mas o presidente do tribunal respondeu categoricamente que há uma ordem de prisão contra ele”, disse o porta-voz Danilo Izaguirre.
O secretário-geral da OEA desaconselhou o retorno do presidente deposto de Honduras. “Nós não vamos nos envolver. Agora, acredito que existe um clima de muita tensão e de violência, e certamente ele terá de avaliar bem a situação que pode se provocar’’.
Honduras disse que não mais reconhecerá a carta de direitos da Organização dos Estados Americanos (OEA), acusando o corpo diplomático de tentar impor ”resoluções
não dignas e unilaterais” ao novo governo, após o golpe, há uma semana, com apoio do exército.A declaração significa que Honduras, um dos países mais pobres das Américas, deixará a OEA e não sofrerá sanções da organização. Mesmo assim, o governo imposto não conseguirá evitar que outros grupos e países suspendam ajuda humanitária e empréstimos.Países vizinhos já impuseram bloqueio comercial a Honduras, as Nações Unidas suspenderam operações militares conjuntas e embaixadores da União Europeia saíram da capital. O Banco Mundial cortou uma linha de financiamento de US$ 200 milhões ao país e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) congelou uma linha de US$ 450 milhões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário