O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta quinta-feira, 17/12, a manutenção do Protocolo de Quioto e também o comprometimento de todas os países, principalmente das nações ricas, para um acordo efetivo na COP 15. Em seu discurso, o presidente lembrou que o Protocolo de Quioto estabelece a obrigatoriedade de financiamento aos países pobres e em desenvolvimento para a execução de projetos na área.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso curto, porém enfático, nesta quinta-feira (17) na conferência do clima, em Copenhague. Na ocasião, reiterou a necessidade de que os países desenvolvidos cumpram metas rigorosas de redução de gases-estufa e também se comprometam a dar apoio financeiro e tecnológico aos países mais pobres.
"Os países desenvolvidos devem assumir metas ambiciosas a altura de suas responsabilidades históricas e do desafio que enfrentamos", comentou Lula. Para o presidente, uma proposta "realmente ambiciosa" seria de 40% de redução de gases-estufa, em comparação com 1990. Além disso, ele disse que as metas devem ser constantemente reavaliadas, de acordo com as descobertas científicas sobre o aquecimento global.
O presidente mencionou o fato de que o Brasil conta com uma matriz energética limpa, com 85% da energia elétrica proveniente de hidrelétricas, e que o país é pioneiro no uso de biocombustíveis. Com a meta de reduzir em 85% o desmatamento da Amazônia até 2020, o país conseguirá diminuir entre 36.1% e 38.9% suas emissões até 2020.
O investimento necessário para cumprir as metas brasileiras vão exigir US$ 160 bilhões em dez anos, ou US$ 16 bilhões por ano até 2020. "Não é proposta de barganha, é um compromisso que assumimos com a nação brasileira e com o mundo", disse.
De acordo com o presidente, outros países em desenvolvimento também apresentaram metas expressivas, mas que só poderão ser cumpridas se o apoio financeiro e tecnológico por parte dos países desenvolvidos não forem "uma tímida promessa ou apenas uma miragem".
Lula terminou seu discurso com uma frase forte, que foi muito bem recebida pela platéia que o ouvia: "As fragilidades de uns não podem servir de pretexto para recuos ou vacilações de outros. Não é politicamente racional, nem moralmente justificável colocar interesses corporativos e setoriais acima do bem comum da Humanidade. A hora de agir é esta. O veredito da história não poupará os que faltarem com as suas responsabilidades neste momento.", afirmou o presidente brasileiro, sob aplausos dos demais chefes de estados e ministros dos 195 países que participam da conferência de Copenhague.
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