quarta-feira, 18 de novembro de 2009

400 políticos americanos foram pagos para manter bloqueio a Cuba


Um relatório do grupo independente Public Campaign aponta que cerca de 400 congressistas e candidatos dos Estados Unidos receberam um valor de US$ 11 milhões (R$ 18,9 milhões) em doações de campanha desde 2004 com a condição de manter o criminoso bloqueio americano a Cuba. A lista inclui o senador republicano John McCain, derrotado pelo democrata Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008.

Segundo o grupo — que defende o financiamento público das campanhas políticas —, o valor foi pago ainda para evitar que qualquer medida de abertura do bloqueio fosse aprovada no Senado ou na Casa dos Representantes. O relatório foi citado em reportagem do jornal espanhol El País e diz que pelo menos 18 parlamentares mudaram de opinião sobre Cuba, depois de receber doações de campanha. 

A lista de beneficiários, afirma o jornal, é liderada por três congressistas republicanos da Florida: Lincoln Diaz-Balart (US$ 366.964); seu irmão Mario (US$ 364.176) e Ileana Ross-Lehtinen (US$ 240.050) Já McCain aparece em quarto, com um montante de US$ 183.415.

As doações aos democratas, contudo, aumentaram 50% nestes quatro anos. O aumento ocorreu principalmente depois de 2006, quando os democratas conquistaram a maioria na Casa dos Representantes. Como resultado do pagamento, afirma o jornal, 53 dos deputados enviaram uma carta à presidente da Casa, a democrata Nancy Pelosi, opondo-se às propostas do presidente Barack Obama de aliviar o bloqueio. 

Iniciado oficialmente em 7 de fevereiro de 1962, o bloqueio americano sobre Cuba começou sob o governo de John F. Kennedy — mas Washington já tinha imposto certas sanções a partir de 1959. As restrições comerciais e financeiras representaram perdas à economia cubana de US$ 96 bilhões desde quando entraram em vigor, segundo o governo de Havana. Só em 2008, estima-se que Cuba deixou de receber US$ 242,4 milhões.

Obama e Cuba

O governo Obama adotou uma política de abertura em relação a Cuba, permitindo, inclusive, o fim da suspensão de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos). O limite para o envio de dinheiro para parentes na ilha também foi suspenso, e Obama retomou os diálogos sobre imigração com o governo cubano e reatamento do serviço direto de correio. 

O presidente americano já afirmou, contudo, que o bloqueio não será suspenso até que Cuba sucumba ao padrão americano de democracia e liberdade — mesmo que a custo de perder as conquistas da Revolução Cubana (1959). Vários parlamentares dos Estados Unidos, no entanto, propuseram medidas intermediárias, como acabar com a proibição de viagens a Cuba para todos os americanos.


Da Redação, com informações da Folha Online


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