O governo do Irã ratificou neste sábado (24) o apoio aos esforços do Brasil e da Turquia em favor de um acordo negociado para evitar sanções aos iranianos em decorrência de seu programa nuclear. A iniciativa foi definida durante a conversa, em Istambul, na Turquia, dos ministros das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, e o da Turquia, Ahmet Davotoğlu. Hoje (25), Amorim vai a Moscou, na Rússia, para conversar sobre o mesmo assunto. Amanhã (26) ele chega a Teerã, no Irã.
“É muito importante alcançar uma solução pacífica e negociada para este tema. Ainda acredito que isso seja possível. Não é fácil, mas é possível”, disse Amorim. O chanceler também conversou com o presidente turco, Abdullah Gül.
No último dia 19, Davotoğlu esteve em Teerã e reiterou a intenção de seu governo em colaborar com as negociações. Na conversa de ontem com Amorim, ambos discutiram as alternativas possíveis que visam a aumentar a confiança das partes em torno da proposta de troca de urânio enriquecido por combustível para o reator de pesquisa de Teerã e sobre formas de reativar o processo negociador sobre o tema.
A visita de Amorim à Turquia, à Rússia e ao Irã faz parte de uma estratégia definida na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No próximo dia 15, Lula desembarca em Teerã, mas antes quer ter fechado o apoio de vários governos em favor de negociações que impeçam a imposição de sanções contra o Irã por causa de seu programa nuclear.
Paralelamente, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressiona a comunidade internacional para aprovar, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), medidas punitivas contra o Irã. Para Obama, Ahmadinejad esconde, no programa nuclear, a produção de armas atômicas. O presidente iraniano nega as acusações.
Obama já obteve o apoio da Inglaterra, França e Alemanha. Recentemente, a Rússia demonstrou ser favorável ao que chamou de sanções inteligentes. A China resiste às sanções. Os cinco países são membros permanentes do conselho e têm direito a voto. A expectativa é que as discussões no órgão ocorram em maio.
No final de maio, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, vai estar no Rio de Janeiro para participar da Conferência da Aliança das Civilizações. Assim como o Brasil, o governo turco quer evitar as sanções aos iranianos.
Fonte: Agência Brasil
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