As associações LGBT portuguesas reagiram com indignação às palavras do nº 2 do Vaticano, associando homossexualidade e pedofilia.
O cardeal Tarcisio Bertone foi à sessão de abertura da 99ª assembleia plenária do episcopado chileno associar homossexualidade e pedofilia, numa tentativa de se defender das críticas contra o celibato dos padres.
As críticas do movimento LGBT chileno já se estenderam a Portugal, com o presidente da ILGA a dizer que "estas são declarações problemáticas com uma discriminação intrínseca, principalmente se atentarmos à influência que o Vaticano tem sobre a sociedade". Paulo Côrte-Real recordou as recentes declarações do Bispo Januário Torgal Ferreira para dizer que a posição de Bertone "não, é de todo, uma posição de todos os Católicos nem de todos os membros do clero, apenas do Vaticano".
Também Fernando Mariano, das Panteras Rosa, reagiu com fortes críticas às palavras de Bertone, afirmando que "os homossexuais também podiam dizer que os padres são pedófilos e seria igualmente ridículo". "A Igreja é o maior incitador do ódio e dos crimes de ódio que acontecem. As crianças são formadas para o ódio desde o baptismo e a catequese, e essa formação acaba por influenciar toda a sociedade", afirmou Fernando Mariano.
Também a associação Opus Gay reagiu às palavras do nº 2 do Vaticano. "É sacudir a água do capote, tentam enlamear a luta dos homossexuais pela sua dignidade. É escamotear as enormes culpas inconfessáveis dos padres e dos monsenhores. Tentam sempre tapar, justificar e menorizar este grave crime e pecado. A pedofilia é um desvio de mentalidade, mas se tiver que se pensar nisso, a maior parte da pedofilia é heterossexual", explicou António Serzedelo, citado pelo Jornal de Notícias.
"Muitos psicólogos e psiquiatras já demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas disseram-me recentemente que muitos outros demonstraram que há relação entre homossexulidade e pedofilia", afirmou Tarcisio Bertone no Chile.
Fonte: Esquerda
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